31/03/2011

EXTRAVAGÂNCIA


Trufas Madeleine: R$ 16 mil por 1 quilo.

Segundo o dicionário Caldas Aulete, extravagância significa “atitude que se afasta do bom senso; excentricidade; esbanjamento, dissipação”. E, como conceito popular, pode ser “gastar uma quantia muito alta em algo desnecessário”. A bem da verdade, quem é que nunca cometeu algum ato extravagante na vida, como comprar um número enorme de pares de sapato sem ter necessidade, ou decorar com jóias o coitado do cachorrinho, ou, ainda, re-decorar o apartamento com mármore Carrára? Mas, calma, pois o esbanjamento pode vir em algo menor, como em chocolates finos, num restaurante caro, ou numa viajem a um local exótico. E, no fim das contas, quase todos aqueles que não cometeram algum ato assim, lá no fundo sempre escondem um desejo secreto com alguma coisa do gênero.

Muitas pessoas têm, naturalmente, como esbanjar um pouco (ou muito) sem se preocupar com a quantia gasta, enquanto outras simplesmente compram algo e, somente depois, é que vão pensar em como pagar a conta, e daí, coitadinho do cartão de crédito. É interessante, também, não confundir extravagância com ganância ou gula. Seria mais correto relacioná-la com a ostentação.

Brad Pitt é alguém que adora uma extravagância. Gastou U$ 80 mil para construir um labirinto para seus hamsters. E ainda com relação aos animais, Paris Hilton resolveu dar um “up” na casinha de seu cachorrinho. A dita casinha passou a ter dois andares, ar condicionado, quarto de vestir, piscina, escadaria em caracol, candelabros e custou a pequena soma de U$ 325 mil. Outros atores famosos, quando casam, preferem esbanjar em festas, como foi o caso de Tom Cruise e Katie Holmes, que desembolsaram U$ 2 milhões para um evento de núpcias. Em terras tupiniquins, temos os adeptos das festinhas também, como Xuxa Meneghel, que torrou R$ 180 mil para agradar a filha Sasha em seu aniversário de 1 ano de idade (imagine o casamento dessa menina, como será!!).

Existem algumas extravagâncias que vão muito além do razoável. São locais, objetos ou coisas de tamanhos ou preços absurdos, e que, por vezes, o fato de ser “apenas” rico não dá credencias imediatas para se freqüentar tal lugar ou adquirir tal coisa. Para os sonhadores, sempre existirá a Mega-Sena, que em alguns concursos, chega a pagar muito mais de R$ 50.000.000,00. Quem sabe com esse dinheiro, dê para comprar algumas garrafas de conhaque Henry IV e um ou dois automóveis Bugatti Veyron.

E, para aqueles que gostam de sonhar alto, que tal uma pequena lista de extravagâncias que poderiam ser feitas com esse dinheiro da Mega-Sena?

  1. Sapatos
    • Sapatos Stuart Weitzman: 1,5 milhões de Euros. Femininos. Contém 642 rubis em adorno.
    • Tanzanite Heels: US$ 2 milhões. Femininos. Couro prateado, com 185 quilates de tanzanites e 28 quilates de diamantes. Criado para o Oscar de 2009.

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  1. Automóveis
    • Porsche Carrera GT 612 cv: 505 mil Euros
    • Bugatti Veyron 1001 cv: 1 milhão de Euros

  1. Alimentação
    • Almas Golden Caviar: R$ 51 mil o quilo
    • Trufas Madeleine: R$ 16 mil o quilo
    • Barriga de atum gordo: R$ 90,00 por 10 gramas
    • Torta Golden Bon Vivant: Inglaterra. R$ 33 mil o prato, com acompanhamentos
    • Fleur Burguer: Hambúrguer de Las Vegas. R$ 11 mil o prato.

  1. Bebidas
    • Vinho Romanée-Conti: França. R$ 45 mil a garrafa
    • Conhaque Henri IV Dudognon Heritage: França. R$ 3,2 milhões a garrafa
    • Cachaça Havana/Anísio Santiago: Brasil. R$ 700 a garrafa

  1. Maiores Centros de Compras do mundo (Shopping Centers)
    • South China Mall: 7,1 milhões de metros quadrados
    • Jin Yuan Beijing. China: 6 milhões de metros quadrados
    • Mall of Ásia. Pasay City, Filipinas: 4,2 milhões de metros quadrados. Possui um cinema somente para Premiéres.

Entre os maiores extravagantes do mundo, estão as monarquias e os governos, mas falar deles alongaria demais a crônica. Porém, o governo brasileiro na época do tal Lula, que sempre aprontava das suas, fez um gastança meio esquisita, indo além dos padrões de gastos absurdos considerados "normais" (?). E foi lendo o Blog do JOÃO BOSCO LEAL, que descobri algo de fazer crescer dedos em mãos cotocas:

--Funafuti, capital de Tuvalu, um agrupamento de nove atóis de coral, no oceano Pacífico, perto da Polinésia, foi indicada para receber (e já recebeu) uma EMBAIXADA brasileira.

Tuvalu, com a pista de pouso ao fundo.
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Não seria nada tão sério, caso o País de Tuvalu não possuísse apenas 13.000 habitantes, não produzisse nada além de polpa de coco e pandano (planta comestível e usada também em artesanato), e tivesse um Parlamento que terá quase um número menor de funcionários que a própria Embaixada Brasileira. Ah! Sim. O PIB de Tuvalu é a “exorbitante” soma de US$ 15 milhões (menor do que muitos prêmios da nossa Mega-Sena). Lá não existem, sequer, emissoras de rádio e televisão. Aeroporto? Boa pergunta, vou pesquisar, mas será difícil, pois até no Google é difícil de localizar algo sobre eles. Para finalizar nosso passeio por Tuvalu, só posso dizer que, possivelmente, o bairro onde você reside é maior que o país dos tuvaluenses (?).

Perguntas: Quanto custou e ainda custará essa gastança? Por que cargas d’água, precisamos de uma embaixada num país desses (sem desmerecê-los, logicamente)? Auxílio para a implantação de uma parceria comercial (talvez estejamos precisando de cocos)? Apoio político junto à ONU? Extravagância?

Ao que tudo indica, não há nada mais “interessante” para se fazer com o dinheiro público, não é? 

Marcio JR

29/03/2011

Lixo, o que ele significa pra você?

Imagem: Aaron McCoy
Diariamente, em nossas casas geramos lixo doméstico para o meio ambiente. O lixo doméstico é caracterizado por restos de alimentos, materiais plásticos, produtos de higiene pessoal, óleo de cozinha, embalagens, folhas de quintal, entre outros. Algumas cidades já possuem coleta específica para o lixo orgânico e inorgânico despojado pelos lares, mas, na maioria dos casos, tratar o lixo doméstico ainda é um grande desafio.

O lixo doméstico é recolhido por empresas de limpeza pública e , quando não há a seleção e o tratamento correto, são jogados em grandes lixões para efeito de decomposição. Depois de um período aproximado de sessenta dias, a fermentação desse lixo gera no “lixão” uma espécie de gás metano e chorume (líquido escuro proveniente diretamente da decomposição dos dejetos).


Quando jogados em aterros sanitários, o lixo sofre uma decomposição controlada e pode servir para a fabricação de fertilizantes naturais. Quando falamos em lixo doméstico, grande parte do mau odor que o lixo exala provém das substâncias existentes no lixo orgânico, por exemplo, nos restos de comida.

Num processo de compostagem, ou seja, um processo biológico em que os microrganismos transformam a matéria orgânica, como estrume, folhas, papel e restos de comida, num material semelhante ao solo, a que se chama composto, e que pode ser utilizado como adubo, o uso desse adubo natural permite uma economia vantajosa, pois retira a necessidade de se comprar adubos artificiais, fortalece as plantas e uma pequena horta que a pessoa tenha em sua casa.


Quando o lixo orgânico é depositado de maneira incorreta na natureza, este pode acarretar sérios danos à natureza como a contaminação do solo e dos lençóis freáticos.

Sabemos que o lixo doméstico está relacionado diretamente com o excesso de consumo de nossos tempos, a comida que consumimos hoje, em grande parte, é industrializada e contém insumos químicos que, a médio e longo prazo, além de fazer mal à saúde do ser humano, anexados ao lixo podem afetar o equilíbrio biológico dos solos e contaminar as fontes de água e assim, consequentemente, se acumular nas cadeias alimentares, o que inevitavelmente, prejudicará o homem.


É apenas aquela famosa história de “ação e reação”, conhecem?


Assim como já ocorre com o lixo industrial e agrícola, o lixo doméstico tem causado um profundo esgotamento dos aterros sanitários nas principais cidades do mundo. Nas grandes cidades, o lixo tornou-se num problema de saúde pública. Pois, quando expostos e não manuseados de forma adequada, fica à mercê de animais e microorganismos com capacidade para desenvolver e disseminar doenças entre as populações.


E você?


Já se perguntou se tudo o que é produzido na sua cozinha é lixo mesmo e seu único destino deveria ser aquela latinha no cantinho, de “braços abertos” pra receber tudo e qualquer coisa sem distinção?
Embora muitas aplicações sejam inviáveis à curto prazo, a separação seletiva do lixo reciclável do orgânico é o mais viável e fácil de todos.


Então, da próxima vez que resolver se livrar do “lixo”, que tal se livrar antes dos seus antigos nichos de concepção de lixo, conceitos e “lixos mentais”, agindo de forma um pouco mais consciente e não mecânica, sistematizada, sem critérios?


Devolver de forma consciente pra natureza aquela matéria prima que num dado momento ela te emprestou pra você se desenvolver, pra que depois ela seja capaz de oferecer muito mais quando você não for tão mesquinho e egoísta e ainda compreender que precisará dela, não seria um bom começo?


Tudo é uma troca, um via de mão dupla e aqui, não é diferente.


Faça a sua parte. Antes tarde do que mais tarde ainda.

SAMARA BASSI

27/03/2011

SACOLAS PLÁSTICAS – a maior vilã?

Image by Google

O plástico, dependendo de sua consistência, destinação e processo de fabricação, pode levar de 100 a 450 anos para se decompor na natureza. O Brasil consome por ano, em média, mais de 5 milhões de toneladas de plástico. No mundo, são produzidos, anualmente, 500 bilhões de unidades de sacolas plásticas (1 milhão por minuto). No Brasil, mais de 1 bilhão de sacolas são distribuídas nos supermercados mensalmente, onde, numa cidade como Curitiba/Pr, são consumidas 900 milhões de sacolas plásticas no período de 12 meses.

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Os números acima são alarmantes. É muito lixo. E com a estrutura presente em nosso país, tanto para recepcionar e estocar o lixo em ambiente próprio quanto para reciclar, a tendência é que o problema já ocasionado por esse plástico só venha a aumentar. E pouco adianta apelar para a consciência ecológica do povo, pois ela evolui lentamente, se comparado à produção e despejo desse material em local impróprio.

Cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e outras tantas pelo Brasil, já têm leis específicas em relação à distribuição desses sacos plásticas pelo comércio aos seus clientes. No Rio de Janeiro, por exemplo, a Lei 5.502/09, restringe o uso de sacolas fabricadas em filme plástico em todo o comércio fluminense. Somente no Rio de Janeiro, deixam de circular cerca de 2,4 bilhões de unidades por ano, em vistas dessa Lei. Como alternativa a essa proibição, supermercados e outros estabelecimentos que utilizam esse material para acomodar mercadorias, estão distribuindo ou vendendo sacolas plásticas retornáveis, caixas de papelão ou embalagens plásticas 100% biodegradáveis.

Em parte, o problema diminui, pois com uma distribuição restringida de sacolas plásticas, menor será o número delas para serem jogadas na natureza. Mas outros problemas passam a tomar a vez, como é o caso do aumento do uso das caixas de papelão e, consequentemente, um uso maior de papel, ou seja, mais árvores sendo derrubadas para confeccionar esse material. Outro fator de comprometimento, diz respeito às sacolas plásticas retornáveis, que são feitas de um plástico mais resistente (de maior densidade), e que, na natureza, demora ainda mais para degradar. E quanto às sacolas biodegradáveis, mesmo tendo seu processo de degradação mais acelerado (pode ser, inclusive, programado) seu preço ainda é muito alto, o que encarecerá a sua aquisição pelos lojistas e, inexoravelmente, seu custo será repassado para as mercadorias como um todo. Além disso, certos catalisadores empregados na fabricação de algumas marcas ou tipos de sacolas biodegradáveis ainda apresentam problemas para a natureza, como é o caso dos catalisadores derivados de níquel e manganês.

Será um problema, também, o sistema de acondicionamento do lixo doméstico. Muitas pessoas têm por hábito ensacar seu lixo nessas sacolas plásticas. Com a escassez desse material, a alternativa será a utilização de sacaria própria para lixo, a qual é de plástico ainda não biodegradável e de densidade, muitas vezes, maior que a das sacolas plásticas comuns. Ou seja, estaremos trocando um problema pelo outro. Temos vários projetos sendo desenvolvidos ou já à beira de entrar no mercado em relação ao plástico, como são os casos dos plásticos degradáveis com luz solar (UNICAMP), os degradáveis fabricados a partir do amido (USP), e alguns outros estudos envolvendo catalisadores que causem impacto zero na natureza. Mas, a utilização desses materiais se dará de forma gradual e lenta, principalmente em relação aos custos de produção, que ainda são altos.

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O problema é sério, e achar que proibir a utilização de sacolas plásticas irá resolver o problema, é tapar o sol com a peneira, ou, trocando em miúdos, não irá resolver nada. O desenvolvimento de uma consciência ecológica mais apurada e em todas as esferas (populacional, empresarial e governamental) é de suma importância para se COMEÇAR a enfrentar o problema. A reciclagem é primordial nesse aspecto, podendo ser considerada a sua implementação como EMERGENCIAL e NÃO NEGOCIÁVEL.

Para onde nos viramos, vemos plástico. Ele trouxe e traz grandes benefícios, como a utilização menor de derivados de madeira, vidro ou metal, entre outros. Uma garrafa de plástico pode levar até 500 anos para se decompor na natureza, mas a sua equivalente em vidro leva aproximadamente o dobro, ou seja, 1000 anos. Além disso, a garrafa em plástico é totalmente reciclável (assim como todo e qualquer plástico), mas a de fabricação em vidro nem sempre pode seguir o destino da reutilização.

Não digo que o pensamento de proibição em relação às sacolas plásticas esteja de todo equivocado, mas precisamos raciocinar de forma mais ampla e rápida. E não são apenas as sacolas plásticas, jogadas na natureza, que causam esse grande problema de acúmulo de lixo em local impróprio e que acabam gerando poluição. Dia a dia, temos vários outros materiais, como garrafas plásticas, embalagens de alimentos, eletro-eletrônicos sucateados, partes plásticas de veículos e maquinários, entre tantos outros. Tudo isso é feito em plástico e polui de forma igual aos sacos plásticos. Isso, sem contar tantos outros vilões, como pneus, vidro, nylon, etc., que também são poluentes.

O problema do lixo deve ser enfrentado como um todo. Falar apenas das sacolinhas plásticas é fazer retórica, e coisa de quem nem sabe do que está falando. E não há mais tempo para medidas preventivas. Ou se age agora, ou ficaremos atolados até o pescoço nesse problema em pouco tempo. Pagamos, na maioria dos lugares, tarifas de coleta de lixo relativamente altas, e querem aumentar ainda mais essas tarifas, com a desculpa de subsidiar sistemas paliativos para a estocagem de lixo comum e custear projetos de reciclagem. Pergunta: além de separar o lixo reciclável, pagar a tarifa de coleta normal (que não é barata), ainda vamos ter que pagar mais essa conta?



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