28/05/2011

EU VI A PONTE SUBMERSA DE ITAPUÍ

Parece incrível, mas eu vi a Ponte submersa de Itapuí!

 Em visita “caminhada” que efetuei as pacatas e aconchegantes cidades do Centro-oeste do Estado de São Paulo, Boracéia e Itapuí, com direito a travessia do limpo Rio Tietê, utilizando os “préstimos” de um “ferry-boat”, que de meia em meia hora transporta veículos de “qualquer monta” de Boracéia para Itapuí e vice-versa, acabei “aportando” na pequena rodoviária de Itapuí.

Tinha como principal finalidade, conseguir uma condução que me levasse de volta à cidade de Pederneiras, local de origem de onde eu havia empreendido a minha caminhada até aquele local (foram aproximadamente 28 km de marcha …).

“Aportei” na “pequena e humilde” lanchonete por lá instalada e primeiramente em pedido informal, solicitei um refrigerante (a constante Tubaina, que impera nestas cidadezinhas do interior … ) e “entabulei” breve conversa com a proprietária da “instalação” (que posteriormente vim a saber se chamar Amanda … não perdi a oportunidade e brinquei indagando se o seu nome foi oriundo de uma homenagem à filha do falecido cantor Antonio Marcos com a também cantora Vanusa …)!

“En passant” comentei com a mesma sobre a epopéia enfrentada com a caminhada empreendida até o local e num repente o diálogo transformou-se em uma míni conferência com inserção de mais dois “assiduos freqüentadores do local” no bate-papo!

Esta “interferência” merece um capítulo à parte nestas minhas citações!

Um dos “envolvidos” nesta interferência, uma figura sui generis no que diz respeito à aparência física: franzino, pele “curtida e queimada pelo sol” e “totalmente alcoolizado”. Porém, apesar de seu alto teor etílico, conseguia, não sem alguma dificuldade, comunicar-se a contento. Em principio, dentro do contexto que se havia iniciado aquela minha conversa, demonstrou certo espanto pela caminhada que eu havia empreendido.

Intermediado por apartes efetuados pela Amanda e pelo outro “pau d’água” presente, o “agradável bate-papo” foi evoluindo.
A conversa enveredou, devidamente direcionada por mim, para aspectos julgados relevantes por eles concernentes à cidadezinha. Foi aí que o franzino Araújo (assim o chamava a Amanda …) “se superou”! Iniciou uma descrição de aspectos que, em sua mente de pessoa alcoolizada, estavam registradas e julgavam relevantes. Disse que o rio Tietê era motivo de muita diversão e fonte de alimentação e subsistência de uma grande parcela da população da cidade e que a construção da barragem na cidade vizinha de Bariri havia “acabado” com a alegria de viver de grande parte da mesma!

A Amanda, de vez em quando e “disfarçadamente”, olhava em minha direção e entabulava “ligeiro sorriso” em consonância com os relatos que iam sendo “desenvolvidos” pelo “impagável” Araújo.

Foi quando “a coisa” se desencadeou! Enquanto relatava o que havia ocorrido com o advento da construção da barragem de Bariri, o assunto derivou para a conseqüente submersão havida em uma ponte que ligava a cidade de Itapuí à vizinha cidade de Boracéia. Ao relatar o ocorrido com a ponte, lágrimas abundantes começaram a rolar pela face do Araújo! Fiquei perplexo por alguns instantes com a situação!

De forma solerte, a Amanda interferiu e explicou que isso sempre ocorria quando o “garoto” mencionava a ponte submersa da Itapuí! Ele recordava sua época de infância, juventude … quando exploravam bastante as idas e vindas de uma cidade à outra via ponte de Itapuí!

O Araújo, por seu turno, voz embargada pelo choro incontido que o acometera, tentava prosseguir relatando histórias e estórias ocorridas naqueles áureos tempos que vivera! A Amanda, acredito que já habituada com aquela situação, enveredou pela brincadeira enfatizando que o Araújo havia parado na delegacia por ter pulado nu de cima da ponte para um mergulho no rio!

Aquele rosto choroso, que eu observava de uma forma entre divertida e curiosa, misturava momentos de riso forçado com expressões de sentimento de saudade incontida!

Explicou-se que o advento “nu de cima da ponte” havia ocorrido na remota época de infância do agora “alcoolizado da estação rodoviária de Tatuí” e que, de acordo com a citação “a meio sorriso” do “envolvido”, não havia sido efetivada solitariamente, haja vista alguns outros “amiguinhos” também participarem da aventura. Aos poucos, a situação um tanto quanto constrangedora causada pelo episódio “lágrimas vertentes na face do Araújo” foi sendo superada e prosseguindo no relato, a complementação citou o fato de que foram as mulheres que também se banhavam nas despoluídas águas do rio Tiete (quisera alguns outros locais por onde o rio serpenteia também pudessem usufruir da pureza destas águas …) que “feridas” em seu pudor por este atentado ao mesmo realizado pelos adolescentes, “apelaram” para um socorro miliciano…



De minha parte, o meu inconsciente, teimava em fixar o semblante choroso, olhos marejados, pensamento distante do saudoso Araújo, em perfeita harmonia com o seu despoluído rio Tiete, em perfeita harmonia com áureos tempos de sua infância, adolescência, juventude…

Naquele semblante cansado, naqueles olhos marejados, naquele desabafo humano e apaixonado por suas raízes, por sua cidade, por seu passado, …, por sua vida, EU VI A PONTE SUBMERSA DE ITAPUÍ!
 

HICS

21/05/2011

Where Is The Love?


Uma vez meu pai me disse: "Todos os dias antes de dormir procure pensar: Se minha vida terminasse hoje, o que eu teria feito de bom por alguma causa, por alguma vida, por alguém e que me deixaria com a consciência tranquila para alcançar a paz? E todos os dias que eu me fizesse essa pergunta e obtivesse uma resposta positiva para dormir tranquilo, esse cada dia significaria um ponto na escala de "Viver bem! Fazendo valer a pena!".

Não se trata de grandes causas, claro que devemos sim nos voltar a elas quando temos condições, oportunidades e o mais importante; vontade.
Mas eu falo são das pequenas atitudes nossas do dia a dia. Falo da simplicidade dos gestos fáceis do estender a mão, quase rotineiros do conversar, do “não custar nada” deixar alguém feliz.
Também não se trata de dinheiro, claro que ele é muito bem vindo se utilizado para o bem e em muitas situações "quebra o maior galho"....

Mas então, quais são realmente aquelas "coisas" que fazem a diferença?

Colaboramos sim com um mundo melhor e fazemos o bem não só à quem ajudamos, mas principalmente a nós mesmos que com certeza, mesmo de maneira sutil e imperceptível, nos beneficiaremos ou nos prejudicaremos das consequências dos nossos próprios atos, sejam eles para o bem ou para o mal.

De forma grotesca; o que vai, volta. É essa a lei!

Se todos os "infelizes" que roubam tanto do nosso dinheiro, pensassem pelo menos na possibilidade de serem “castigados” por uma FORÇA MAIOR, com certeza pensariam antes de tirarem tanta comida da boca de quem tem fome.
Se pegassem todos os que roubaram e entregassem às organizações para tentarem arrumar esse pedaço podre (não somente) do Brasil, acredito que parte de suas penas seriam amenizadas.

Sim, é verdade! Faltam medidas efetivas do governo para reverter esse quadro de pobreza e miséria, de fome, de doenças;

Falta vontade política de estruturação capaz de eliminá-la (emprego, educação e saúde para o povo);

Sabemos que o governo tem condições financeiras, pois nunca se viu jorrar tanto dinheiro das contas, das malas, daquelas famosas cuecas e dos paraísos fiscais dos políticos. Mas também, não adianta nada só reclamarmos das autoridades políticas que não fazem nada (salvo exceções) se nós também não agirmos, à nossa maneira.

Outra verdade é que não são eles apenas os culpados, somos também responsáveis por isso - pelo que nos desagrada, pelo que vemos e sentimos, direta ou indiretamente. E pelo que deixamos passar....
Mas o fato é que, individualmente, podemos amenizar o problema não nos negando a oferecer um prato de comida ou uma cesta básica.
Uma doação seja de roupas que não nos servem mais, seja de órgãos (dentro das possibilidades e de toda a legalidade e normas exigidas), de sangue.
Você já parou pra pensar quantas vidas você pode salvar com uma doação de sangue apenas?

Não é preciso ir até a África para nos darmos conta disso, nem para realizarmos grandes feitos. É só olharmos ao nosso redor, que veremos muito mais do que desejaríamos ver e com certeza, mais do que temos estômago para isso.

Então, comece! Não se preocupe somente com festas, bebidas, presentes, extravagâncias, viagens caras, champagnhe que toda comemoração de Natal e disperdícios de Reveillon merecem.

Desvie o seu olhar um instante, faça caminhos diferentes esta tarde.... Preste mais atenção no ambiente que te cerca.

Sabe aquele viaduto abandonado perto à sua casa, vai lá confirmar.....
o chão onde os carros correm, é o teto da "casa" de alguém.

Sabe aquele terreno baldio que você sempre ou quase todos os dias passa, pode procurar.... alguém deixou algum vestígio ali.

Aquele banco onde você senta pra namorar e conversar com seus amigos num dia de sol, é a cama por uma, ou por todas as noites de alguém que você mal quer saber quem é.

O céu estrelado que você vê da sua janela, admira e elogia, é o mesmo que alguém inexistente pra você, vê de uma janela muito maior, sem vidros e sem cortinas....e que ao invéz de estar preocupado se o seu céu está tão belo assim, tenta encontrar respostas pra perguntas do tipo : "qual a receita pra se dormir com fome?" ou então "quando será minha próxima refeição?"

Sabe aquela quantidade de comida que você põe à mais e depois dá pro lixo engolir? poderia ter matado a fome de qualquer um muito mais esfomeado do que você.

O cobertor que há anos você não usa e só serve pra alimentar as traças que já são de estimação, seria muito mais útil até para um cachorro que dorme nas ruas e sem dúvida, faria um trabalho muito mais digno alimentando o calor de um corpo, humano ou animal e mantê-lo aquecido por mais tempo.

Aquela planta que você mal olha e sempre esquece de regar, de cuidar.... se você se esforçasse o mínimo para que ela florisse, mesmo que suas flores não fossem assim tão significantes, nem trouxessem tanta alegria à você... Bem, preciso dizer que essa “florzinha”, uma só, seria capaz de fazer desabrochar uma outra: S.O.R.R.I.S.O., nos lábios de alguém que nem sequer tem água pra regar esses mesmos lábios, tomar banho, cozinhar?

E o SEU sorriso, o SEU abraço, o SEU carinho, o SEU olhar?
Quando oferecidos, quantos mais não retornariam à você?

Não somos piores, nem melhores do que ninguém. A questão não é essa.
Olhe a sua volta, poderia ter sido eu ou você, se tivéssemos nascido em outro tempo ou lugar.
O que nos difere dessas pessoas, são quase sempre as OPORTUNIDADES.

Claro, comemore, divirta-se, aproveite, curta cada segundo.... mas ao menos uma vez no seu dia, no mês, uma vez na sua vida, pare um instante e reflita, pense:

Qual o bem que farei à mim, fazendo-o por um outro alguém?
Não devemos fazer coisas diferentes, mas fazer diferente o que já fazemos!

Seria um bom começo, não acha?

Imagem: John Smith

SAMARA BASSI

20/05/2011

O Verbo Comprar



        “Comprar é o verbo que vocês mulheres mais usam” – é mais ou menos assim a frase que o personagem Vasco, da obra “SAGA”, de  Érico Veríssimo, fala para Clarissa, quando estão fazendo compras. Ele não deixa de ter razão, pois temos o hábito de consumir mais que os homens, afinal de contas, somos, por natureza, mais vaidosas que eles, assim como temos mais itens para serem consumidos. Podemos começar com as roupas íntimas, enquanto os homens usam apenas uma peça, nós mulheres usamos duas.  

      Uma amiga disse certa vez que mulheres treinam, desde os tempos das cavernas, para serem ótimas compradoras, quando andavam em zigue-zague, catando as coisas pelo caminho até chegarem realmente aonde pretendiam. Já os homens iam direto ao seu destino. Esse fato pode ser observado em documentários da época. Concordei com ela, pois é assim que nos comportamos em um supermercado, passamos por várias prateleiras, colocamos várias mercadorias em nosso carrinho até chegarmos àquilo que realmente queremos comprar. E por muitas vezes saímos do supermercado sem sequer passar perto da mercadoria que pretendíamos comprar. Por outro lado, os homens entram no supermercado, indo direto ao que desejam comprar, parando somente na seção de eletrônicos, dando uma olhadinha, apenas como curiosidade, nos últimos lançamentos do mercado.
   
    Em shoppings, movidas pela nossa vaidade e induzidas ao consumo diante da diversidade de coisas que encontramos pelo caminho, praticamos muito o verbo comprar. As lojas femininas, em geral, são todas bem decoradas, coloridas com vários tipos de mercadorias. Quando encontramos vários tipos sapatos, bolsas, bijuterias, maquiagem, cremes antirrugas, hidratantes – é algo tão sedutor! Aí é que precisamos de um enorme autocontrole para não comprar algo de que não necessitamos no momento. Por outro lado, as lojas masculinas existem em menor número, decoradas com cores neutras, incentivando os homens a consumirem apenas aquilo de que necessitam. E são todas iguais!. As camisas sociais, por exemplo, são todas de cor azul claro, brancas ou cinzas, sejam lisas ou listradas. Uma vez e outra surge uma “novidade”, como a da cor de rosa, mas essa,  poucos se arriscam. Os sapatos também são bem semelhantes, normalmente são fechados, nas cores preta e marrom, fazendo parceria com as meias nas cores preta, azul escuro e marrom (de novo). As gravatas, idem. Os ternos lisos, normalmente escuros, algumas vezes com riscos discretos. Numa festa parecem que estão todos uniformizados. Quando querem algo descontraído, são as mesmas camisetas e shorts. Tudo básico. Por isso fica difícil encontrar um conhecido no meio da multidão através de sua roupa!

            Sim! Talvez assim seja melhor mesmo: roupas discretas! Se ninguém nos notar, podemos comprar mais à vontade. Mas  como esconder os pacotes? Afinal consumimos também para os outros membros da família!


                                                    NICE   BACCHINI

16/05/2011

ALGUMAS VERDADES... E MUITAS VERGONHAS!!!


Tenho 43 anos de idade, mas quando vim morar no bairro em que resido, tinha 6 anos apenas. Ou seja, faz 37 anos que resido aqui. Entre uma saída ou outra, passei uns 10 anos fora, então, sobram 27 anos, e posso dizer que conheço tudo aqui como a palma de minha mão.

Faz algum tempo, tenho recebido diversos e-mails sobre os males que as sacolinhas plásticas causam ao meio ambiente. Não sou um defensor das sacolinhas, nem estou recebendo dinheiro algum para defendê-las, mas creio que todos aqueles que execram as tais sacolas plásticas, deveriam olhar ao redor de suas próprias casas, e verificar o que acontece em seu entorno. Será que são apenas as “sacolinhas” as grandes vilãs? Ou será que existe um mal maior, que urge aos nossos olhos, mas que insistimos em não enxergar, porque a televisão nos fala outra coisa?

Tem algo que muito me irrita. Pessoas que insistem em pensar pela cabeça dos outros. É muito fácil pegar uma opinião formada, altamente divulgada, e sair por aí, falando nisso. Tudo muito bonito, defensores de algo muito debatido. Mas, pare e pense. Será que a realidade é essa? Será que não existe uma verdade maior? Algo que acontece, mas que por um acômodo que os meios de comunicação nos passam, não é falado?

Ora, vejam! Chegamos a um denominador comum. Tão comum, que nos sentimos incomodados de falar. Têm muito lixo ao redor de nossas casas, mas a televisão fala das sacolinhas, então, vamos "massacrar" as sacolinhas. É MAIS FÁCIL PEGAR UMA OPINIÃO FORMADA, DO QUE TER QUE PENSAR POR CONTA PRÓPRIA.

Pare de ser acomodado! Aliás, pare de concordar com tudo o que te falam! Pense um pouco, e olhe o que acontece à sua volta. A televisão e a internet nem sempre falam a verdade. Ahhhhhh!!!! Desculpe. Pensar faz doer sua cabeça? Então, fazer o que, não é? Continue assim, um escravo de opiniões de almanaque! 

Desculpe. Não queria te agredir. Apenas dar um “tranco”, para ver se você acorda. Continue vendo TV, ela é boa, distrai. Mas, te peço, saia e olhe ao redor. Tem uma realidade inteira para você ver, e muita coisa que a televisão não mostra, pois não dá audiência. E, se depois de você ver tudo o que acontece, se ainda concordar com a televisão, volte aqui e me "massacre", igual ao que você tem feito com as "sacolinhas". Mas tenha a certeza de ter o embasamento necessário para sustentar aquilo que ira dizer.


Eu e meu sobrinho Rafael, um jovem de 19 anos de idade, e que assiste muita televisão (ele achava que as sacolinhas eram as maiores vilãs, claro), saímos para verificar o bairro em que moramos. Nossa meta inicial era percorrer todo o bairro, e fotografar os desmandos e absurdos que a população comete em relação ao lixo, jogando-o nas ruas, mas, PASME, caminhamos apenas por 3 (TRÊS) ruas. Isso mesmo. E foi o suficiente para que meu sobrinho mudasse de opinião.

Abaixo, o resultado de nosso trabalho. Um detalhe. Moramos no SUL, ao lado de Curitiba, que é considerada a “CAPITAL ECOLÓGICA” do Brasil.




















A sequência de fotos acima mostra o descaso tanto da prefeitura quanto da população. O muro branco que aparece à esquerda pertence a um Motel, empresa que poderia, pelo porte que tem, manter limpo o seu "arredor". O saco branco que aparece em destaque nas fotos é lixo, jogado numa esquina de uma rua QUASE toda manilhada. Cabe ressaltar que o terreno ao lado onde o saco de lixo foi largado, está à venda por R$ 120.000,00. Quem tem uma propriedade que custa esse valor, não poderia sanear seus arredores, ou cortar o mato alto que que toma o terreno? Evitaria dengue, ratos, e outras pragas. Note, também, a quantidade de lixo no entorno do Motel.

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As fotos acima fazem parte do mesmo "monte" de lixo, largado numa esquina muito próxima de minha casa. Na primeira foto dessa sequência, fiz questão de mostrar meu braço e minha mão, para que você compare a extensão do "monte" de lixo. Medido na trena, deu mais de 2 metros de comprimento. E na segunda foto, algo bem comum a nós, em nossas casas, mas que JAMAIS deveria fazer parte da paisagem. Um VASO SANITÁRIO.

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Precisa comentar?

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Sem comentários também.

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E agora? Lâmpadas fluorescentes, pedaços de algo que parece o resto de um eletrodoméstico e uma boca de lobo quase entupida. Isso tudo deveria ser jogado NAS RUAS? Não era mais fácil embalar em SACOLINHAS PLÁSTICAS, e acondicionar no LIXO correto?

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Algo, nessa foto acima, pode ser reciclado? Tem alguma SACOLINHA PLÁSTICA nesse meio?

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Na sequência acima, dois exemplos, ou melhor, dois contraste ao que foi mostrado até agora.

Na primeira foto, a continuação de meu bairro, numa rua onde levam a sério a limpeza. Repare que não existe lixo jogado na rua. A "caçamba" para recolhimento de entulho até pode estar atrapalhando a calçada, mas pelo menos, está recolhendo devidamente o entulho. E pela imagem, não se vê lixo algum jogado ao chão.

A segunda foto mostra uma das ruas da "FAVELA" que existe próxima de minha casa. CADÊ o lixo nas ruas? Cadê o desmando urbano? O povo que mora na favela é o que mais polui? E quanto mais caminhamos na direção da parte realmente pobre do bairro, menos lixo encontramos.



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Cabe aqui uma pergunta. Você viu, em qualquer uma das fotos acima, alguma sacolinha plástica? São as sacolinhas que estão poluindo tanto assim?

Creio que o verdadeiro vilão, seja o relaxo como tratamos nossas cercanias. Estamos acomodados, e pensando pela cabeça dos outros. SACOLINHAS PLÁSTICAS? Vai continuar com isso? Olhe as imagens acima. É lixo, independente do que seja, e o povo está cada vez mais abusado. Reclama das sacolinhas, mas joga seus detritos em qualquer canto.

Honestamente? Falar das sacolinhas é fácil. Porém, enxergar o que se passa ao seu redor, aos seus próprio pés, parece muito mais difícil. Se enterre no lixo, e quando precisar de uma "sacolinha plástica" para recolher seu próprio vômito, lembre que ela está "PROIBIDA".

Triste, não é?

Marcio JR

13/05/2011

PROCEDIMENTO DE FINO TRATO DA GERAÇÃO ATUAL...

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Dia  desses me deparei com algo (quase...) inusitado nos dias atuais, no que se refere ao comportamento educado da nova geração.

Atos simples que deveriam ser procedimentos corriqueiros, e que nos dias de hoje transformaram-se em algo que se releva e que são enquadrados em atos louváveis aos olhos dos que observam regras comportamentais mínimas que denotam uma boa educação.

Com o advento do aumento da expectativa de vida do ser humano (que hoje, em média, está por volta dos 73 anos de idade), proliferaram campanhas e ações visando propiciar uma melhor qualidade de vida aos chamados “enquadrados na 3ª idade”. É bom frisar que, guardadas as devidas proporções, amiúde também se tem ventilado e aos poucos se tem realizado este tipo de ação também para os deficientes, dos menores considerados incapazes civilmente, dos marginalizados, dos injustiçados...

Em relação ao aumento crescente da expectativa de vida da população, cabe aqui comentar a diferença numérica existente em relação à épocas remotas. Conta-se, por exemplo, que Santa Mônica, genitora de Santo Agostinho, faleceu aos 55 anos e já era considerada anciã! Hoje, vemos mulheres em pleno apogeu de sua existência na faixa dos 50 aos 60 anos de idade!

Retomando ao assunto referido no inicio desta, como frequentador/usuário assíduo de transporte coletivo de uma forma geral (ônibus, metrô, trem...) tenho observado os cuidados que têm sido devotados àqueles segmentos da sociedade acima referidos.
Há algumas leis, dentre as quais algumas desde algum tempo promulgadas, e que não eram devidamente seguidas pela grande maioria daqueles que deveriam fazê-lo. Muitos são os exemplos dessas obrigações que deveriam ser seguidas, mas que eram (ou são...) ignoradas na maioria das vezes.

Como um primeiro exemplo, observemos o caso dos estacionamentos cedidos pelos grandes supermercados. Há, nos mesmos locais, sinalizados como para uso exclusivo de idosos e deficientes. Constantemente, vemos pessoas jovens e saudáveis ocupando estes locais reservados e, se porventura forem “abordados” por alguém que efetivamente deveria fazer uso do “privilégio”, nem sempre agem com boa educação ou com espírito de entendimento de seu “erro”.

Há alguns grandes supermercados que optaram por cercar com correntes estes locais reservados, mantendo um funcionário “de plantão” para coibir o uso por parte daqueles que não se enquadram nas condições necessárias e suficientes para sua utilização. Confesso, atabalhoado, que já presenciei eventos de áspera discussão entre o encarregado da liberação do espaço com pessoas que insistiam em ocupá-lo, mesmo sem enquadrar-se nos quesitos exigidos para fazê-lo!

Especificamente reportando-me ao que me deparei e que mencionei em meu preâmbulo, cito caso que ocorreu no interior de um transporte que utilizo frequentemente. Nestes ônibus existem bancos, cujos encostos diferem em sua cor dos demais bancos do coletivo, além de ter grafadas em letras garrafais nos vidros das janelas contíguas aos citados bancos os dizeres: ASSENTO RESERVADO ÀS GESTANTES, AOS IDOSOS, AOS DEFICIENTES E AS MULHERES CARREGANDO CRIANÇAS DE COLO.

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Nem é preciso dizer que, principalmente nos horários nos quais há uma maior incidência de passageiros, existe um tremendo desrespeito a estas normas prescritas. Jovens ocupam os lugares reservados enquanto pessoas que se enquadram nas condições estipuladas para seu uso permanecem em pé, executando verdadeiras manobras para não sofreram quedas com os solavancos originados pela viagem empreendida. E os jovens utilizam-se de vários artifícios para tentar eximir-se da condição de usurpadores que ocupam. Há os que “fingem” cochilar, há os que dialogam com seu colega (também usurpador...) que viaja ao seu lado, há os que fingem ler livros, cadernos, há os que fecham os olhos enquanto embalam-se ao som do seu walkman...

No dia referido, surpreendentemente, um jovenzinho que encontrava-se confortavelmente sentado em companhia de uma amiga em um dos bancos “reservados”, levantou-se e delicadamente ofereceu seu o lugar em que estivera sentado até então para uma idosa que encontrava-se “empastelada” no corredor apinhado do coletivo. A senhora, agradecida, acomodou-se no lugar que por direito lhe pertencia, enquanto o jovem ficou “espremido”, ocupando o lugar que lhe sobrou.

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A jovenzinha, companheira do jovenzinho (convém salientar que ambos portavam uniformes escolares de escolas municipais...) olhou para o “companheiro”, sorriso estampado no rosto, e vociferou:

--- Pô, meu! Se deu mal, hein?

Ao que o jovenzinho respondeu:

--- Sê vê, né? Nóis tem que dá lugá para os véio...



HICS

10/05/2011

PROFESSAR

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Em criança gostava muito de brincar de professora. Colocava meus bonecos sentados e como eram poucos, completava a “turma” com garrafas de refrigerantes. Assim tinha uma classe numerosa. Vivia cercada de papéis, quadro negro, apagador, giz e lápis de colorir.

Tínhamos um amigo da família que um dia me deu um caixote muito grande, acho que era de transportar bacalhau, e ali eu fiz a minha escola.

Ao completar o ginásio já tinha vontade de ser psicóloga e cursar o antigo curso normal não me daria embasamento para fazer o vestibular para Psicologia. Optei por fazer o curso científico e não me formei em professora primária.

Durante a minha graduação, fiz matérias pedagógicas para poder tirar a licenciatura em Psicologia.

Comecei, ainda no 4º ano, a lecionar para turmas de Formação de Professores.
Profissão que sempre exerci com muito prazer. Aprendi muito com meus alunos, minha memória afetiva guarda lembranças que marcaram momentos especiais da minha vida.
Em 1981, passando por um momento delicado da minha vida, vendo meu 1º casamento, que só tinha 3 anos, começando a desmoronar, andava triste, mas procurava não passar esse sentimento em sala de aula.

Naquela época tinha vontade de ganhar um ursinho, assunto que nunca havia comentado com alguém, pois após o expressar do meu desejo o presente poderia chegar, mas não teria graça, gostaria de ganha-lo porque achava um presente fofo.

Dia de aniversário, chego à sala de aula e encontro uma festa surpresa, alunos prepararam um livreto com dedicatórias em páginas individuais e acompanhado desta relíquia, o presente: O urso tão desejado. Não preciso dizer que chorei horrores de emoção. Como podiam aquelas meninas de 15, 16 anos, terem tanta sensibilidade, perceberem o meu momento, momento que precisava de colo, de acolhimento?
Como adivinharam o presente que durante anos eu sonhei em receber?

A cada dia me apaixonava mais pelo processo ensino-aprendizagem, pela troca com o outro, pelo ensinar e aprender. Tive um amigo, Carlos, professor de Literatura que a cada vez que eu chegava à sala dos professores falando meus projetos, comentando as aulas, o desempenho dos alunos, ele dizia que eu tinha “orgasmos pedagógicos” e todos riam dessa minha motivação, que para alguns, era exacerbada.

E assim durante 31 anos trabalhei com Formação de Professores. Há dois anos me aposentei no Estado, não sentia mais motivação em preparar professores para atuar em turmas de 1ª a 4ª séries que não tinham amor à profissão, que não chegavam ali por um ideal e sim através de um sistema de matrículas que encaminha o aluno para a escola mais próxima de sua residência. Fui me decepcionando e não queria ser cúmplice num sistema de ensino capenga, sem valores, sem ideais.
Penso que o Professor deveria chamar-se PROFESSAR.
Professar idéias,
Professar paixão pelo outro,
Professar o respeito pelo aluno,
Professar o sentimento da gratidão,
Professar o amor pela profissão.

Obrigada a todos os alunos que passaram na minha vida profissional, hoje muitos são meus amigos pessoais, que me fizeram CRES- SER!

Registro meu carinho especial para amigos professores pelos quais nutro uma profunda admiração:
Aída Gonçalves Ferreira, Anna Maria Lima, Denise Feresin, Elka Carvalho, Filipe Couto, Geni dos Santos, Georgete Lopes, Jaqueline Moulin, Jayme Nunes, Luana Siqueira, Maria Alice Ferreira, Maria Lucia, Marília Soares, Miriam Sofiatti, Nilce Aguilera, Mônica Paiva, Roberto Leal, Silvio Ferreira, Valdelice Gomes, Vilme Lobianco.
E aos  meu mestres inesquecíveis:
Dra. Nise da Silveira , Professor Antonio Soares Malveira , Professora Maria das Graças, Professor Helio Alonso, Professor Julio , Professora Vilma Longo e Tia Alba, minha 1ª professora.


REGINA COELI

Conheça mais sobre a obra de Regina Coeli:



06/05/2011

"AO ACORDAR SORRIA"




Estava sonhando, descansava em uma praia, observando o mar e admirando a paisagem, que era maravilhosa, tocava uma música muito longe, relaxante. “Ao acordar, bom dia, ao acordar, sorria”, era o refrão da música que se repetia. Despertei com o som que ficou alto e tão próximo de mim. Era o meu despertador. Abri os olhos com uma vontade grande de continuar dormindo e voltar a sonhar. Mas tinha que levantar, acordar e arrumar meu filho e deixá-lo na escola, para depois ir trabalhar.

  Com o refrão da música na cabeça, levantei-me. O dia prometia ser bom! Arrumei-me, arrumei meu filho, peguei nossas coisas. Sempre cantando o refrão. Pronta para sair, quando ouvi meu filho: - Mamãe! Quero fazer “o número dois”. Pensei: e agora?! Vamos nos atrasar! Coloquei todas as coisas que eu carregava em cima da mesa, não eram poucas, e o levei ao banheiro, sempre cantando o refrão da música. Demorou um pouco. Saímos. Estávamos atrasados. Tudo bem! Sorri!

  Chamei o elevador. De repente, a luz se apagou. Eu mereço! Pensei! Faltou Luz! Desci com meu filho no colo os cinco andares de escada. Menos mal - pensei. Poderíamos ter ficado presos no elevador. E "ao acordar, bom dia, ao acordar, sorria" na minha cabeça. Entrei no carro, dei partida, saí apressada. Enfim chegamos ao colégio. Meu filho era pequeno, por isso precisava acompanhá-lo até a sala de aula.

  Estacionei o carro e procurei minha sandália. Achei somente um pé. Meu Deus! - exclamei. Como o perdi? Tenho certeza que desci com as duas! Foi então que  me lembrei de um ocorrido tempos atrás, quando entrei no carro e deixei um pé do meu tamanco no estacionamento, pois tenho mania de dirigir descalça. Só podia ter ocorrido a mesma coisa. Meio sem graça, saí do carro descalça. Mas tive sorte em encontrar a professora do meu filho no estacionamento, expliquei a situação, ela riu e levou-o até sua sala.

 Voltei para casa. Quando entrei na garagem, avistei de longe o outro pé da sandália na minha vaga da garagem, ali, parado. Ao pegá-lo, parecia que sorria para mim. Foi então que me lembrei daquele refrão, não sorri, apenas caí na gargalhada. E o resto do dia? Bom! Foi ótimo!!!!


                                         NICE BACCHINI


Esse texto retrata o perfil da mãe de hoje.  Uma mulher moderna, que divide seu tempo entre o  filho e o trabalho,  procurando sempre estar presente  nesse dois mundos, algo por muitas das vezes difícil,  mas não impossível para  uma mãe que ama seu filho. Enfim, dedicamos esse texto a todas as mulheres que querem apenas “ser MÃE”... FELIZ DIA DAS MÃES !


05/05/2011

FALA, BLOGUEIRO!! - ROSANE MAREGA



ROSANE MAREGA - Blog ROSANE MAREGA


Ela nasceu em Marília, no interior Paulista, mas foi na minha querida Maringá, norte novo do Paraná, onde a encontrei. E foi também por lá que meu queixo, literalmente, caiu.
A intenção era entrevistar uma poetisa apaixonada, tranquila, daquelas que segue o ritmo interiorano, onde a luz do dia tem preguiça de dar espaço ao luar, mas fui surpreendido por um verdadeiro furacão.
Para começar (friso aqui a palavra "começar") a conhecer Rosane Marega, dê uma passadinha no blog Rosane Marega e se delicie com seus versos. Em suas poesias, a paixão e o ardor tomam conta, e se por vezes ela deixa escapar um fiapo de tristeza, no instante seguinte envolve com um contagiante pedido de carinho, e já se declara "xonada" pela vida novamente.
Mas, não pare por aí não. Vá até o Pensador, ou então ao Poetas Vivos, ao teatro...


música: Rosas (Ana Carolina) - by YouTube
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Pensei em falar da poesia, sempre quente e sensual. Pensei em falar da mulher apaixonada, obstinada na busca da felicidade e do amor. Pensei em falar da guerreira, que já caiu e levantou, e nos esfolados que a vida proporciona, aprendeu com os erros, mas jamais perdeu a humildade diante dos acertos.

No entanto, quem conhece Rosane Marega apenas por seus versos, pode se surpreender rapidinho numa simples conversa com essa “mineirinha espanholada”, como ela mesma se define.

Diretora, produtora, coreógrafa e autora de peças teatrais, produtora de shows musicais, compositora, locutora de programas de rádio, já trabalhou na TV, escritora, poetisa... e ainda arranja tempo para ações sociais, visitando orfanatos e asilos.

Se for para defini-la, creio só existir uma palavra no dicionário para ilustra-la: INTENSA. Aos quatro anos de idade, já cantava. O tempo passou, e ela agora encanta. Viveu emoções, se vestiu de amor, poetizou a vida e colocou um pouquinho de pimenta nos versos que contam sua história.

Conhece-la melhor, foi como ter uma aula de pura ARTE. 


Aplausos para ROSANE MAREGA.


Arena das Crônicas - Você já vivenciou, trabalhando, o rádio e a televisão. Como veio parar nos blogs? Necessidade de utilizar as novas mídias, curiosidade ou um meio para mostrar sua arte?
Rosane Marega - A principio, foi apenas para divulgar o que escrevo, mas, com o passar do tempo, fui descobrindo a grande magia em ser Blogueira, e confesso que agora sou fascinada pelo meu espaço E, pelo espaço de muitos blogueiros.

AC - Desde quando você é blogueira?
Rosane - Desde 22 de junho de 2009, ou seja, quase dois anos.

AC - Além do seu blog pessoal, escreve em mais algum lugar?
Rosane - Sim, em vários, mas não com a mesma freqüência que o blog.

AC - Defina o que é ser "blogueira"?
Rosane - Ser blogueira, além do prazer em dividir o que você escreve com outros poetas ou com outras pessoas que mesmo não sendo poetas, tem a alma sensível tanto quanto, é maravilhoso! Sendo blogueira, você tem ainda a passagem livre para conhecer um mundo de magia, um mundo onde a leitura, a escrita, é super respeitada e me dá um prazer enorme. E através desse Portal maravilhoso, posso também fazer grandes amizades... e fiz.


AC - Depois desse tempo com seu blog no ar, você pode afirmar que conseguiu o que buscava quando o idealizou? Ele te satisfaz?
Rosane - Sim, com certeza! “O meu Blog é como uma taça de morango com chantily”.

AC - A blogosfera nos proporciona a aproximação com um infindável número de pessoas e derruba fronteiras. Mas, dificilmente podemos afirmar quem está do outro lado da telinha, ou se a pessoa é ou não de confiança. Você tem amigos verdadeiros na blogosfera?
Rosane - Amigos verdadeiros... se eu te disser que não, estarei mentindo. Fazemos, sim, lindas amizades, e tem algumas pessoas que, quando vemos, já moram aqui dentro do coração, as afinidades são muito fortes. Mas para ser amigo verdadeiro na blogosfera, acredito eu que, vamos ser realistas, é um tiro no escuro.
E o que fazer se não acreditar na pessoa que está do outro lado e que você se identificou muito? Só resta tomar certos cuidados e ir descobrindo aos poucos se realmente é ou não uma pessoa amiga. Posso te dizer que muitos eu já consigo ter a certeza de que somos amigos, e alguns ainda estou descobrindo.

AC - Você é uma amante das letras. Como começou a escrever e em que estilos escreve?
Rosane - Comecei ainda criança e sempre para o lado romântico.
De repente... é assim...
A folha de uma arvore balança!
O vento toca a minha pele!
Uma musica chega aos meus ouvidos!
Um arrepio invade o meu corpo!
Simplesmente um pensamento me domina!
Tudo é motivo para acordar a inspiração, e não tem hora e nem lugar.

AC - E a música? Como ela entrou em sua vida?
Rosane - Vou dizer uma coisa que eu tenho quase a certeza de que aconteceu:
“Quando eu estava dentro da barriga de mamãe, usava o cordão umbilical como flauta. Então, posso afirmar que a musica não entrou em minha vida. Ela é a minha vida.”.


AC - Existe algum jeito de conciliar a música, a televisão, o teatro e os blogs, ou você trata cada coisa de forma diferente?
Rosane - Conciliar, não sei. Acho que nunca fiz todos ao mesmo tempo, mas alguns se misturam sim e todos são, para mim, uma grande paixão.

AC - Teatro. Qual a sua vivência, hoje, com essa arte?
Rosane - Acabei de escrever uma peça “O Amor Em Meus Pensamentos”.
E talvez, essa seja a minha mais ousada criação. Estou ansiosa e muito atrasada nos preparativos para colocá-la pronta no palco.

AC - A web te auxilia em suas ocupações no teatro?
Rosane - Sim, embora não sobre muito tempo para pesquisas.

AC - Existe uma receita, ou uma forma, para buscar criatividade, ou isso nasce com a pessoa?
Rosane - Claro que já nascemos com instintos maravilhosos, mas, quanto mais buscamos, mais evoluímos, e isso é simplesmente fantástico!
"Querer, Ser ou Deixar Acontecer, só depende de Nós!". (Rosane Marega).

AC - Por vezes, incentivamos àqueles que vemos que têm talento, mas não estão sabendo aproveitar. No entanto, existem aquelas pessoas que vemos que estão perdendo tempo (seja no teatro ou nas letras) e que mesmo apaixonadas pelo que tentam fazer, só estão perdendo tempo. Devemos utilizar a sinceridade e dizer “lamento, mas seu talento é outro.”, ou vale a pena continuar incentivando?
Rosane - Acredito, piamente, que o verdadeiro amigo é aquele que diz a verdade e por essa verdade acabamos descobrindo o próprio dom, porque talento, todos nós temos e apenas precisamos descobri-lo e desenvolve-lo.

AC - Rosane Marega é extremamente ligada às artes, em vários aspectos. Você enxerga a web como “ferramenta” de divulgação de novos talentos? É uma ferramenta válida, ou apenas algo que mais ilude do que realmente resolve algo?
Rosane - A web é uma ferramenta MARAVILHOSA, sendo usada da forma correta, é fantástica.

AC - Todos os que são envolvidos com a arte (num aspecto geral), já tiveram seus tropeços. Alguns ficam pelo caminho, enquanto outros persistem e continuam na jornada. É dura a vida de quem se dedica a este mundo?
Rosane - Sim, e os tropeços são muitos, mas quando o amor fala mais alto, os obstáculos são apenas um incentivo.


AC - Se aquela menina, que com 4 anos de idade já era influenciada pela música e pelas artes, tivesse internet, ela seria diferente hoje? A ausência de tecnologia, na época, te ajudou a ter esse gosto pelas artes e pela cultura?
Rosane - Com certeza, internet é uma invenção poderosa, maravilhosa, mas muito perigosa. Aos 4 aninhos, longe dessa tecnologia que acaba por prender muito crianças e adultos, eu aproveitei bem mais a magia da natureza e com isso a sensibilidade pelas artes e cultura ficaram bem mais fortes. Hoje sim, eu sei separar e controlar os impulsos.

AC - Então, a internet está castrando um pouco essa essência artística de alguns jovens, ao dirigi-los para uma cultura mais “enlatada”?
Rosane - Sim, com certeza e infelizmente eles demoram a perceber isso.

AC - Você já trabalhou com duplas sertanejas. As mais antigas, nasciam do talento natural que tinham, ou por influência de pais, parentes ou amigos que já eram envolvidos com isso. Porém, sobrevivem até os dias atuais.
E hoje, pode-se dizer que o novo sertanejo é puramente “um jeito de ganhar dinheiro fácil”? Os novos sertanejos (ou a música jovem em geral) têm um sucesso meramente efêmero? Seria, no caso, os efeitos colaterais da internet, que facilita tudo mas, ao mesmo tempo, faz cair no esquecimento rapidamente?
Rosane - Acredito que muitos comecem sim, por influência dos pais ou pela ilusão do dinheiro fácil, e por isso seja realmente efêmero para muitos e até mesmo para alguns que chegam a conseguir a tal esperada FAMA, mas depois acabam sendo dirigidos pela ambição e se auto destroem.
Não só a internet facilita uma ilusão. Toda e qualquer mídia tem esse poder de fazer brilhar e destruir ao mesmo tempo. Mas, já trabalhei muito com musica, e assisti de pertinho a garra e o talento verdadeiro de muitos artistas, e é lindo, impressionante quando o amor esta a frente.

AC - Conheci você através de seu blog de poesias. E reparei nele um estilo bastante sensual e apaixonado. Você é uma romântica inveterada?
Rosane - SIM! SIM! SIM!

AC - Alguns blogueiros, ou pessoas que frequentam a web, se aproveitam do anonimato para mudar de personalidade. Acham que na web “vale tudo”. Seu estilo sensual ao compor suas poesias já te trouxe contratempos? Já precisou enfrentar algum ou alguma blogueiro(a) mais saidinho? Em resumo, já levou alguma cantada?
Rosane - SIM!

AC - Existem perigos na web? Quais?
Rosane - Sim e isso assusta. Pessoas que dizem ser o que não são. Os cuidados que devemos ter para não ficarmos expostos a esses perigos tem que ser constantes.

AC - Em suas poesias, por vezes você está triste, e essa tristeza é sentida facilmente por aqueles que estão lendo. No entanto, dizem que “o poeta é um fingidor...”. Existe mesmo essa tristeza, ou são apenas versos, independente do que você esteja sentindo?
Rosane - Essa tristeza, por vezes, é muito real. Em outras, apenas versos.
O que me judia, é a intensidade no sentir. O que é triste para você, para mim é triste demais. O que é alegre para você, para mim é alegre demais.
E eu gosto com muita facilidade das pessoas e por essa intensidade, me machuco também, com a mesma facilidade.


AC - E seus versos mais quentes, carregados de tesão? São apenas versos, ou naquele momento, a poesia se veste com seus sentimentos?
Rosane - Sou eu dentro de cada letra que compõe o poema, o verso ou o pensamento. Um encontro totalmente excitante.
Nem sempre escrevo o que sinto. Mas, sempre sinto tudo o que escrevo.
90% de puro tesão! 10% é a partida do motor! Não dá para ser diferente.

AC - Os amores e desamores da Rosane Marega, aqueles que já ficaram no passado, influenciam esse “tesão” todo na hora de escrever, ou é o presente e o futuro que comandam seus versos?
Rosane - Como sou uma pessoa que nunca se arrepende do que faz, o passado sempre é uma boa recordação. Mas, o presente é o que comanda essa sensação tão deliciosa na hora de escrever. O futuro é apenas um talvez.

AC - Você é intensa, romântica, enfim, uma sonhadora no melhor sentido da palavra. Você se acha “deslocada” do seu tempo? Gostaria de ter vivido numa época mais romântica e menos materialista?
Rosane - Sim, por vezes é bem assim. Tenho a impressão de que não sou normal, que sonho demais e que todos a minha volta percebem, e isso me faz sentir um tanto deslocada.
Talvez, a forma como enxergo e sinto o amor seja mesmo exagerada, e até já tentei mudar, juro, mas não consigo. O amor, sem nenhuma demagogia, é para mim o começo, o meio e o fim de qualquer meio de sobrevivência. Nasci pelo amor, vivo o hoje por e com amor, morrerei em um dia no amanhã, após cumprir minha missão, envolvida em amor, e acredito na vida após a morte, onde o amor é  sentido plenamente, como o próprio ar.
Admiro quando vejo o romantismo tão presente, aconchegando as pessoas, e acredito que não seja preciso uma outra época para se viver um romance louco e avassalador. Ele pode ser ousadamente vivido agora, e aqui mesmo na blogosfera, estou encantada com a descoberta de tantas pessoas românticas (homens e mulheres), e isso é lindo!
Quer saber? Rsrsrs.
Eu adoro ser romântica. É muito bom sentir as sensações que o romantismo provoca:
Dengos na hora do carinho,
Ganhar e mandar flôres,
O olho no olho na hora das carícias,
A entrega sem censuras na cama,
A ternura no toque,
A ousadia do querer,
O bom humor, o sorriso...
Enfim, é gostoso DEMAIS!

AC - Se pudesse voltar no tempo, mudaria algo, ou faria tudo igual, novamente?
Rosane - Ah, mudaria não. Foi tudo tão bom, tão bonito. Errei e aprendi onde não poderia mais errar! Chorei, mas continuo a sonhar! Sorri e adoro gargalhar!
Seria a mesma Rosane vivendo tudo novamente!

AC - A Rosane Marega é, notoriamente, uma guerreira, e poucos a enxergam como eu te vejo agora, depois dessa nossa conversa. Na vida real, o que te faz chorar e o que te faz sorrir?
Rosane - Uai, depois de um elogio carinhoso assim, começo a resposta agradecendo o “Guerreira".
O que me faz chorar?
-Quando a alma dói e as vezes quero ir para algum lugar, mas não sei onde e como, então choro;
-Indiferença é terrível. Diga que me odeia, mas não me ignore, porque choro;
-Pela paixão que sinto por crianças e, em especial, as carentes. Não suporto ver o sofrimento, a dor delas e, choro (visito mensalmente as crianças do orfanato, e aprendo muito com elas e... Ah,elas são lindas);
-Todo primeiro domingo de cada mês, visito os idosos de um asilo aqui da minha cidade, tomamos um café da tarde juntos, conversamos, brincamos e já somos uma familia, AMO eles, mas na hora de ir embora... eu choro (são verdadeiros professores da vida);
Preconceitos – Drogas – Violência – Abandono – Dor – Fome – Doenças – Descasos – Mentiras - choro, choro, choro, choro, choro.

O que me faz sorrir?
-Ter a certeza que, sou FELIZ porque POSSO buscar a felicidade sempre;
-Ter a certeza que, dia após dia, POSSO ser um ser humano melhor;
-Ter a certeza que POSSO fazer muito mais hoje do que ontem;
-Ter a certeza que o AMOR está em mim em cada novo amanhecer;
-Ter a certeza que o aconchego da minha família é real;
-Ter a certeza da minha FÉ em DEUS;
-Abrir os olhos e sentir a vida, e ter a certeza que posso amar e sonhar e realizar e... SORRIO! SORRIO! SORRIO! SORRIO!

AC - No teatro, no rádio ou na TV, é comum aquela vida de “altos e baixos”. Mas na blogosfera parecemos nos afetar mais quando notamos que nosso “público” sumiu. Já se sentiu abandonada por seus leitores?
Rosane - Sim, porque nem sempre tenho tempo de comentar outros blogs. A correria me faz apenas “passar” e muitas vezes somente ler os amigos, e alguns deles, percebo que se eu não comento, eles desaparecem... e dói, não é?


AC - O que você acha daqueles blogueiros que só estão atrás de audiência, e que fazem comentários do tipo “oi, linda postagem”, e que sequer lêem o que está escrito no post?
Rosane - Acredito que pessoas assim não sentiram ainda a magia da leitura, de sentir a escrita de outra pessoa arrepiando o corpo. Não sabem o que estão perdendo.

AC - O que você acha do plágio, e como se defender dele?
Rosane - Plágio é simplesmente deprimente.
Como se defender? Não sei, essa coisa parece crescer tanto e tudo que possamos fazer para nos precaver ainda é pouco... Difícil.

AC - O que tira você do sério na internet?
Rosane - Saber da existência de pessoas que usam esse meio para destruir.

AC - Qual tipo de blog te desagrada?
Rosane - Layout carregado demais, porque não se consegue ver muito, trava a todo instante.

AC - E qual tipo te agrada?
Rosane - Os que não tenham layout carregado demais, e principalmente quando encontro amor.

AC - Quem é Rosane Marega?
Rosane - Uma mulher apaixonada pela vida.
Romântica ao extremo, simples em sua natureza.
Adora desafios, moleca, teimosa.
Maluca... ela conversa com a lua e deita no telhado!
Ela adora uma noite de sedução com direito a morangos e chantily.
Rsrsrsrs.  Acho que é por ai.

AC - Rosane Marega na vida real:
Um sonho:
Rosane - Uma explosão de amor em todos os sentidos. Já pensou que lindo? E não é impossível.
Uma realidade:
Rosane - A minha tristeza em assistir as drogas tomando conta do mundo.
Um medo:
Rosane - Que um dia eu não consiga escrever mais nada.

AC - Se você fosse “dona” da web, o que mudaria nela e nos blogs?
Rosane - Tentaria oferecer mais segurança, quem sabe assim, os que querem apenas e tão somente bagunçar, ofender e destruir, encontrariam maiores dificuldades. 


AC - Para encerrar, fale um pouco de seus projetos futuros, incluindo tanto a blogosfera quanto seus projetos fora da web.
Rosane - Blogosfera?  TO XONADA POR ELA.
-Teatro? "O Amor Em Meus Pensamentos" - Minha terceira peça!
Deus abençoou, eu a escrevi e agora estou na loucura, na correria e espero logo estar convidando vocês para a estréia, mas, ainda vai demorar um pouquinho, esta tudo atrasado. O teatro toma muito tempo.
-Livro? Estou batalhando pelo meu...UAI! Fui convidada para estar entre grandes escritores no livro “Cem Poemas, Cem Poetas” e eu, emocionada, aceitei. Estou aguardando o resultado do concurso do site “Poetas Vivos”.
-Rádio? Estou com muita saudade...
-TV? Com muita saudade também...
-Literatura? Quero Ler muito, sempre mais, mas muito mesmo e escrever, escrever, escrever, ESCREVER MUITOOOO...
Em minhas mãos, Deus confiou um Dom e eu o cumpro com muito Amor!

Agradeço pela oportunidade de mostrar um pouquinho do que sou, do que gosto, do que faço! Ah, se eu pudesse aproveitar essa deixa e dizer o nomezinho de todo aquele povo lindo que segue meu blog ,mas, não da, porque graças a Deus é um montão de gente, então através do Arena, aqui eu deixo um OBRIGADÃO, por eles existirem.
E graças a vocês, hoje eu vim aqui falar um pouquinho de mim, e vocês estão em mim também!
O meu blog só existe porque vocês existem!
            "EU AMO A VIDA E VIVO AMANDO
            A CADA MINUTO DESSE MEU VIVER
                  AFINAL, FOI ELA, A VIDA!
                     QUEM ME DEU... VOCÊS! "
                         (Rosane Marega)
                    Ah, Sou xonada nocêis uai.

Quero terminar essa entrevista dizendo assim:
"EU AMO O AMOR, QUE ME FAZ AMAR... O AMOR!".


Música: Você em mim - Letra, música e voz: Rosane Marega



Conheça um pouco mais de Rosane Marega:


Marcio JR


Obs.: O fragmento de texto que consta na imagem ilustrativa desta matéria, é de autoria de Rosane Marega, e foi extraída do texto PENSAMENTOS.